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Sangue Viciante
Amy Blankenship


Michael descobre que às vezes o sangue dos poderosos imortais não se mistura mesmo quando eles são almas gémeas e no calor da paixão. Uma marca de acasalamento é um símbolo de posse, mas para Michael esse pequeno sabor de sangue é a sua queda. O sangue dos Fallen é decepcionantemente sedutor para um Deus Sol e a poderosa corrida que Michael recebe é muito viciante. A fim de proteger Aurora de si mesmo, Michael começa a caçar os demónios mais poderosos da cidade para satisfazer o seu desejo escuro. Como o sangue negro pulsa dentro das suas veias Michael perde-se à pressa e torna-se tão perigoso quanto os demónios que ele está a caçar.





Amy Blankenship, RK Melton

Sangue Viciante




Sangue Viciante


Série Laços de Sangue, Livro 11




Amy Blankenship, RK Melton


Traduzido por Luis Navega




Copyright В© 2012 Amy Blankenship


Segunda Edição Publicada por Amy Blankenship


Todos os direitos reservados




CapГ­tulo 1


Toya agachou-se no telhado da casa de Kyoko e deixou seus olhos dourados descerem em direção ao pequeno prédio que abrigava a Estátua da Donzela no quintal. Passaram vários anos desde a noite em que ele escapou pela barreira e a encontrou neste mundo, mas ele ainda se lembrou de cada detalhe como se tivesse acontecido ontem.

Um sorriso suave apareceu no rosto dele pensando sobre ela pulando naquela água gelada depois dele… o pequeno idiota não podia nem nadar, mas ela não se importou.

Os pensamentos dele escureceram quando ele se lembrava de cada vez que a encontrava em diferentes realidades. NГЈo importa o mundo, Kyoko nunca parou para pensar quando se tratava de se sacrificar no calor do momento para salvar alguГ©m que ela amava. Os lГЎbios de Toya se diluГ­ram. Ele esperava quebrГЎ-la daquele pequeno hГЎbito ou acorrentГЎ-la a ele para que ele pudesse protegГЄ-la desta vez.

Toya desviou o olhar e olhou fixamente para o enorme lago na parte de trГЎs da propriedade. Ele realmente esperava que ela tivesse seguido seu conselho e aprendido a nadar. Ela tinha dado a ele um ataque cardГ­aco naquela noite, afogando-se nele assim e quando ele a encontrou, ele tinha certeza que iria gritar com ela por isso.

Quando ele a encontrou.... As caracterГ­sticas de Toya atenuaram-se jГЎ sabendo porque ela nГЈo estava aqui Г  espera dos seus guardiГµes quando eles passaram. Ele e os seus irmГЈos jГЎ tinham percebido, jГЎ que Kyoko nГЈo o tinha reconhecido quando ele apareceu pela primeira vez. Ela nГЈo se lembrava dos seus guardiГµes, o que era normal em todas as outras dimensГµes em que eles a encontraram, ela sГі guardava as memГіrias de uma vida e essa era sempre a vida que ela estava a viver naquele momento naquela dimensГЈo.

Normalmente essa amnésia dimensional afectava também todos os guardiões… incluindo ele. Ele não conseguia contar quantas vezes tinha encontrado a Kyoko pela primeira vez, mas este mundo era diferente. O Coração do Tempo enviou-os para cá com um presente e uma maldição. Por uma vez, ele e os seus irmãos lembraram-se de tudo sobre ela… até do facto de estarem todos apaixonados por ela e terem lutado por ela em mundos paralelos.

O peito dele apertou numa memória que ele desejava não ter. Ele ainda podia sentir o horror de Kyoko morrendo nos seus braços, os seus corpos movendo-se juntos enquanto ambos eram empalados por um golpe de morte significando apenas para ele. Ela estava tentando salvá-lo de Hyakuhei… e ela o salvou. Toya piscou quando uma lágrima solitária deslizou pela sua bochecha e ele furiosamente empurrou a memória para longe.

Raios, atГ© mesmo Hyakuhei se lembrou de tudo, o que parecia estar a favor deles considerando que ele nГЈo os tinha atacado Г  vista. Г‰ claro.... ele tambГ©m nГЈo tinha sido sociГЎvel. Eles jГЎ tinham decidido ficar fora do caminho dele e nГЈo antagonizГЎ-lo dessa vez.

Hyakuhei não tinha estado com eles quando eles seguiram os demónios pelo rasgo, então eles não tinham ideia de onde ele tinha vindo e isso os preocupava um pouco. Até agora ele só parecia estar a apanhar as peças de cristal que Kyoko obviamente tinha partido… novamente. Não foi culpa de Kyoko… ela não podia aprender com os seus erros passados se não fosse permitido que ela se lembrasse de os ter feito. Ele a perdoou sabendo que se ela não tivesse quebrado o cristal, os seus guardiões não teriam sido atraídos para este mundo para a encontrar.

Uma careta apareceu nos lábios de Toya quando ele sentiu a força familiar de um pedaço do mesmo cristal partido por perto. O Cristal do Coração do Guardião era incrivelmente poderoso e cada pedaço minúsculo de lasca segurava um pedaço desse poder. Qualquer humano ou demónio que conseguisse deitar as mãos a um pedaço dele ganharia um grande impulso de poder e, por sorte, as coisas atraíam demónios como moscas para o mel.

Foi porque o cristal emergiu aqui em Los Angeles que esse lugar se tornou o ponto quente deste mundo para todas as criaturas paranormais. Tudo o que nГЈo era humano era atraГ­do para essa ГЎrea, mesmo que eles nГЈo tivessem ideia do porquГЄ.

Procurando pelo cristal que ele estava a sentir, Toya lentamente varreu o seu olhar sobre as casas ao redor do santuГЎrio e parou quando viu alguГ©m a olhar pela janela escura da casa ao lado. Ele levantou-se e olhou para a silhueta que olhava para ele, entГЈo armou uma sobrancelha quando a forma sombreada de repente caiu abaixo da borda da janela.

Toya sorriu. JГЎ era hora de ele se divertir um pouco. Ele desapareceu prontamente da vista assim que o homem reuniu coragem suficiente para dar outra vista de olhos.

Tasuki respirou fundo ainda a segurar sua arma na frente dele como um escudo. Esse era o homem com quem Kyoko tinha estado na noite em que ela desapareceu… ele tinha certeza disso. O que ele estava fazendo escondido no telhado da Kyoko? Tasuki colocou os seus ombros no lugar com determinação. Só havia uma maneira de descobrir e sendo um polícia deu-lhe todo o direito de ir investigar.

Certificando-se de que a sua Berretta tinha uma revista completa, Tasuki tirou a segurança e saiu pela porta da frente. Essa não foi a primeira vez que ele pisou na propriedade desde que Kyoko desapareceu naquela noite, há dez anos, mas era a primeira vez que ele via alguém para além da empresa que tinha sido contratada para manter o terreno.

A primeira vez que ele os viu lГЎ nos seus cortadores de relva, ele os confrontou apenas para descobrir que tinham sido contratados de forma anГіnima. Quando ele tentou localizar essa pista, foi um beco sem saГ­da porque o dinheiro simplesmente apareceu na caixa postal da empresa uma vez por ano e era sempre pago em dinheiro.

Atravessando o caminho bem gasto entre as duas casas, Tasuki parou sem conseguir impedir que as memórias que tinha de Kyoko e do seu irmão Tama o assombrassem. Se não fosse aquele maldito "anjo" que a Kyoko conheceu ontem à noite, ela não teria ido embora… ele tinha a certeza disso. Tasuki não tinha vergonha de admitir isso… ele odiava aquele homem por tirar Kyoko dele, mas se ele estivesse de volta, então havia uma possibilidade de Kyoko voltar também.

Sem encontrar ninguém na área imediata, Tasuki dirigiu-se para a parte de trás da casa onde a estátua estava bem fechada dentro da pequena casa do santuário. Movendo-se silenciosamente, ele virou a esquina da casa e se sacudiu de volta quando viu novamente o homem em quem ele tinha pensado em ficar bem na frente do telheiro… e as malditas portas estavam bem abertas.

Tendo-o visto apenas de longe quando criança, Tasuki estudou o homem desta vez, lembrando-se de todos os detalhes. Os seus longos cabelos escuros tinham grossas madeixas prateadas e ele vestia tão estranho como metade das pessoas que tinha visto trabalhar com PIT. Ele não parecia normal, mas com certeza não tinha asas, então Tasuki lançou a idéia do 'anjo' da Kyoko pela janela.

– Pára, – Tasuki gritou saindo das sombras e levantando a sua Berretta para cima, apontando directamente para o coração do homemO sorriso de Toya se alargou e ele lentamente virou-se para olhar para o homem que só pensava que ele se tinha aproximado dele. Seu olhar rapidamente se transformou em aborrecimento, ficando cara a cara com uma explosão do passado. Maldito Tasuki… ele deveria saber que um humano estaria escondido por aqui em algum lugar. Toya franziu a sobrancelha com as próximas palavras da boca de Tasuki.

Eu pensei que eras tu, – Tasuki exclamou com um rosnado. – Eu me lembro… tu estavas aqui na noite em que os demónios vieram. És um deles? Fizeste alguma coisa à Kyoko… Eu vi-te a segurar no corpo dela e não te atrevas a negá-lo.

Toya fixou o seu olhar no humano que Kyoko sempre gostou tanto e riu-se mentalmente do facto de Tasuki não se lembrar de todas as vezes que se encontraram… o que foi provavelmente uma coisa boa. Os seus olhos se estreitaram quando ele sentiu o poder do cristal quebrado vindo da Tasuki e o conhecimento de repente o irritou.

Tu tens um talismã – disse Toya. – Eu quero isso.

Foi a vez de Tasuki franzir o sobrolho, – O quê?

Ele não teve oportunidade de disparar a Berretta quando o homem se aproximou dele num borrão, derrubando-o e pressionando com força as pontas dos dedos contra o músculo do peito. Tasuki enrolou as mãos à volta do pulso do homem e empurrou-o para trás com cada grama de força que tinha.

Anjo… meu… rabo, – Tasuki rosnou e colocou o seu pé no estômago do homem, – tu ages mais como um demónio! – Ele conseguiu empurrá-lo com mais força do que imaginava.

Toya foi voando para trás, pousando de pé e deslizando pela relva bem cuidada. A mão dele estava ao seu lado e ele rosnou. – Então, o cristal estava protegendo-o, não era?

– O que é que tu fizeste para fazer Kyoko sair? – Tasuki quis saber e ele subiu aos seus pés quando os olhos do seu oponente desapareceram de ouro puro para prata muito assustadora. Tasuki não recuou quando encontrou o seu olhar de frente.

Toya rosnou quando viu os olhos de Tasuki tornarem-se ametistas.

– Toya!

A prata deixou os olhos de Toya e ele olhou por cima do ombro para o seu irmão Shinbe, – O que queres Shinbe? Tu não vês que estou ocupado colectando o cristal?

Shinbe calmamente inclinou a cabeça para o lado, – Tu percebes que vais ter que o matar para remover o talismã… correto?

– Eu estou bem com isso. Além disso, ambos sabemos que ele pode morrer, – Toya rosnou e rosnou novamente quando um tiro foi disparado e ele sentiu a bala perfurar o seu ombro direito. – Seu filho da puta!

Shinbe riu-se levemente, – Nesse caso Toya, eu acho que merecias essa. Agora, deixa a Tasuki em paz… temos que sair rapidamente.

– Tu levavas por ele, – Toya disse sarcasticamente quando um dos seus punhais gêmeos ganhou vida na mão dele e ele usou a ponta dele para tirar a bala do seu ombro. – Porquê ir embora? A diversão acabou de começar, – ele rosnou quando a bala passou pela relva para pousar aos pés de Tasuki.

– Ele está a vir – respondeu Shinbe de forma enigmática.

O punhal de Toya desapareceu e os seus lábios sugeriram um sorriso enquanto ele olhava de volta para Tasuki. – Pelo menos eu não serei culpado por isso.

– Quem está a chegar? – Tasuki perguntou sem saber ao certo a quem apontar.... embora aquele chamado Toya ainda fosse a sua primeira escolha. Aquele sorriso conhecedor dele estava a dar-lhe arrepios.

Shinbe deu-lhe um longo olhar, – Confia em mim Tasuki… tu deves sair agora. Se não o fizeres, então pelo menos esconde-te até que ele saia. Ele reconheceu aquele olhar teimoso quando Tasuki endireitou os ombros e apertou a mão na arma. Balançando a cabeça, Shinbe decidiu dar ao seu desobediente reencarnar um pequeno presente útil.

Com alguns movimentos rápidos das mãos e uma inclinação do seu bastão, Shinbe ergueu uma barreira permanente ao redor do garoto que impediria demónios ou qualquer outra pessoa de detectar o fragmento de cristal que estava profundamente dentro dele. Ele suspirou mentalmente sabendo que era tarde demais para esconder esse pequeno facto de Toya.

Tasuki olhou fixamente quando a grande pedra de ametista no bastГЈo do Shinbe brilhou suavemente e ele desapareceu junto com a pedra chamada Toya. O seu olhar foi atraГ­do para as suas prГіprias mГЈos e depois para o resto do seu corpo como uma suave luz ametista o delineou por um momento e depois desapareceu.

– Talvez isso o ajude a permanecer vivo desta vez, – a voz de Shinbe ecoou dentro da cabeça dele antes que ela também desaparecesse.

– Desta vez? – Tasuki perguntou confuso e depois recuou quando a porta do barracão se fechou. Uma repentina sensação de pressentimento se derramou sobre ele e ele juraria pelo facto de que o céu escureceu por várias sombras.

Tasuki nГЈo conseguia controlar a necessidade urgente de se esconder nas sombras das ГЎrvores atrГЎs de si. Ele se agachou, meio escondido atrГЎs de dois troncos de ГЎrvores para poder espreitar pelo meio e ver o que estava a acontecer.

Um frio profundo de osso o atravessou quando viu um homem com longos cabelos pretos aparecer do nada, bem no centro do quintal. O próprio ar parou no seu peito como um medo avassalador e completa calma o congelou até ao local. Era ele… o homem dos seus pesadelos estava a apenas três metros de distância do seu esconderijo.

Hyakuhei caminhou em direcção ao barracão com uma expressão contemplativa no rosto. Ele estava certo de ter sentido a presença de um talismã quando desapareceu. Como era irónico que um talismã estivesse aqui no terreno do próprio santuário onde a Donzela morava? Parando na frente do barracão, a porta mais uma vez se abriu como se obedecesse ao seu comando silencioso.

Os seus olhos escuros brilhavam para um castanho suave enquanto ele olhava para a semelhança do desejo do seu coração. Estendendo a mão, ele tocou a ponta dos dedos dele na dela e não sentiu nada além da frieza da pedra. Então, mesmo depois de todo esse tempo ela ainda o rejeitou… recusando-se a permitir que ele voltasse ao Coração do Tempo. Ele levantou os seus olhos para os dela e foi recompensado quando eles brilharam suavemente por um momento. Um sorriso diabólico apareceu nos seus lábios perfeitos… que assim seja.

Os seus olhos se estreitaram quando ele sentiu as energias de Toya e Shinbe desaparecerem. Era Гіbvio que eles tinham chegado aqui primeiro para reclamar o talismГЈ do cristal. Com um Гєltimo olhar para a estГЎtua, Hyakuhei girou no calcanhar e deixou a propriedade do santuГЎrio.

Tasuki não se atreveu a se mover até que o monstro de seus pesadelos saiu do santuário. Ele deslizou o resto do caminho até o chão libertando a respiração que ele não sabia que estava a suster e virou-se de costas para olhar para as estrelas. O que diabo estava a acontecer? Ele estava habituado a ver o paranormal que prosperava em Los Angeles, mas isso era diferente… esse golpe foi muito perto de casa.

Já a saber a resposta que ele alcançou e apertou o braço com força. Ok.... isso foi a prova de que ele não estava a sonhar. Jade estava certa.... eles tinham sido mais do que apenas sonhos. Nunca na vida dele ele tinha experimentado algo tão assustador quanto isso. Ele respirou fundo e esperou que passasse antes de empurrar lentamente de volta aos pés dele e tropeçou para a borda da propriedade entre as casas deles.

Quando ele alcançou a borda do jardim da frente Tasuki correu para a porta da frente e quase forçou o seu caminho através da obstrução quando a mão dele fumegou na maçaneta. Fechando a porta atrás dele, ele deslizou cada fechadura para o lugar e rapidamente se afastou dela. A caminho do sofá, sentou-se e envolveu o cobertor à sua volta, certificando-se de manter o dedo no gatilho da sua Berretta… não que isso lhe fizesse bem.

Ele se encolheu lembrando que aquele que se chamava Toya pegou a bala com a ponta daquele punhal de aparГЄncia perigosa. Ele levantou os olhos para o retrato pendurado acima de sua lareira e os seus lГЎbios se separaram no sentido de dГ©jГ  vu. Na pintura, Kyoko estava tocando as mГЈos da estГЎtua da mesma forma que a alta, escura e assustadora que acabara de fazer.




CapГ­tulo 2


Jade podia sentir a serenidade do sono a fugir dela, mas ela estava tГЈo confortГЎvel que simplesmente nГЈo queria encarar a realidade ainda. Ela podia sentir o corpo aquecido pressionado contra ela e quase gemeu. Pensando melhor.... talvez acordar nГЈo fosse uma mГЎ idГ©ia.

Ela lentamente abriu os olhos e viu um peito bronzeado e nu ondulando com os músculos atravessando a sua visão. Julgando pelo batimento cardíaco constante sob a orelha dela, Titus ainda estava a dormir e seria cruel empurrá-lo para longe ou indignamente empurrá-lo para fora da cama só porque eles se estavam a tocar. Ele ainda não estaria completamente curado, então ela decidiu dar-lhe uma pequena folga… desta vez.

Aconchegar-se durante a noite tinha sido provavelmente o que ela estava a fazer de qualquer maneira, jГЎ que ela normalmente tinha vГЎrias almofadas que punha Г  noite.

Ela deslocou a perna apenas uma fração, sentindo o interior da coxa direita sobre a protuberância entre as pernas dele e suspirou interiormente. Embora ela odiasse admitir isso, mesmo quando o homem era mole, ele ainda era muito impressionante. Jade sentiu a dura coxa dele se mover contra a virilha dela e mentalmente se forçou a não se flexionar contra ele. Ela estava morrendo de vontade de fazer isso. Na verdade, no momento em que ela estava morrendo para fazer isso.

Jade lentamente inalou o cheiro inebriante dele e fechou os olhos dela, saboreando o macho cru que podia tГЈo facilmente tirar a dor do calor dela. Ela era teimosa e atГ© agora tinha sido muito fГЎcil nГЈo ceder Г  esmagadora necessidade de sexo que o calor induzido pelo hormГґnio havia provocado.

Ela sentiu uma espiral quente de sensação de cócegas para baixo e os seus músculos do estômago apertaram. Antes que ela pudesse parar, o seu corpo a traiu e ela flexionou os seus quadris. O sentimento era tão incrível que em vez de puxar para trás, ela se segurou lá precisando da pressão.

Jade mentalmente rolou os olhos para a ironia. Aqui Titus pensou que o cheiro do calor dela ia deixá-lo louco. Bem, ela tinha notícias para o poderoso Alpha.... ela não era a única que precisava estar usando o perfume spritzer agora mesmo. Ela franziu o sobrolho sabendo que nunca tinha sido atraída pelo cheiro de um homem humano, mas então ela não iria… pois não?

Isso acabou de confirmar a sua teoria de que era muito mais seguro acordar na cama com um humano porque agora ela tinha algo com que comparar.

Quanto mais ela se pressionava contra Titus, mais rápido os seus pensamentos começavam a ir até que a sua mente parasse de gritar quando ela se movia novamente. A próxima coisa que ela percebeu, foi que ela estava a esfregar na dureza da sua coxa tentando se completar. Jade amaldiçoou o facto de que ela se tinha gabado da sua teimosia e estava a mentir de si mesma.

O segundo Titus acordou do profundo sono de cura em que ele estava, ele imediatamente agarrou o corpo macio ao lado dele e rolou até que ele estava no topo. Ele prendeu os pulsos dela na cama e pressionou a sua coxa com mais força contra a humidade quente. Titus olhou para o rosto de.

Jade e soube com um olhar que ela precisava dele. Os olhos dela estavam brilhantes e vítreos, as bochechas dela estavam cheias de cor, e aqueles lábios cheios estavam ligeiramente separados da respiração rápida. Como raio é que ele dormiu com isso?

Jade olhou para Tito, atordoada com a rapidez com que ele se moveu para dominá-la. Ela queria provar aquela velocidade e poder bruto… só uma vez. Ela queria sentir a diferença entre a paixão de um humano e a sexualidade crua do lobo em cima dela. Jade balançou contra ele sabendo que era tarde demais para desligar agora e ele não era o culpado… ela era.

Titus meio gemeu e meio rosnou enquanto se sentia endurecido dolorosamente duro e rápido. Ele sabia que ela já tinha ultrapassado o seu ponto de ruptura e embora estivesse feliz que as paredes de preconceito dela tivessem caído… ele queria ouvi-la dizer que ela precisava dele para que ela não pudesse atirar na cara dele depois.

Baixando o seu rosto para pairar logo acima dos lábios dela, ele perguntou: – O que queres de mim, Jade?

Ouvir a profundidade rouca da voz dele enviou mais calor através dela. Jade se esforçou para cima contra ele e tremeu. Ela estava quase ultrapassando o ponto do pensamento racional, mas se estabilizou e o olhou directamente nos olhos. Ela ainda tinha auto-preservação suficiente para saber que estava perigosamente perto de pisar mais de uma linha.

Numa voz quase em pânico, Jade respondeu à sua pergunta. – Tu dizes ser um homem de honra, então eu quero a tua palavra como um Alfa que tu não me vais marcar e me vais deixar manter a minha liberdade. Podes fazer isso e ainda assim mostrar-me como é estar com um lobo para que eu possa tirá-lo do meu sistema?

Titus sentiu o ferrão das palavras desesperadas dela e olhou para ela. – Se não estivesses meia fora de ti com o calor, nunca me quererias simplesmente por causa do que eu sou, – ele acusou. Ele não gostou da ideia de ajudá-la a tirá-lo do sistema dela. – Não te preocupes… Não tenho nenhuma intenção de te marcar. Tu não és a única que tem padrões.

Jade susteve a respiração ouvindo a leve raiva na voz dele. Ela afundou para trás no colchão para criar distância entre eles. Incapaz de segurar o olhar dele, ela baixou a dela até a perfeição dos lábios dele. – Então concordamos. Uma vez que saímos desta cama, não haverá condições, – ela repetiu pedindo para ter força de vontade para se levantar se ele recusasse os seus termos.

– Se só queres uma batida é o que eu te darei… e saberás a diferença entre dormir com um humano e estar com um lobo, – disse Titus, sem se importar que as palavras soassem mais como uma ameaça do que como um acordo.

Os lábios de Jade se separaram com um retorno sarcástico, mas as palavras foram roubadas quando os lábios quentes dele desceram rapidamente sobre os dela num beijo ardente. Neste ponto, ela já não tinha mais uma razão para lutar com ele… ela estava conseguindo o que queria. Jade esticou seu corpo para cima e gemeu no beijo aquecido. Se ela fosse fazer isso, ela queria tudo o que podia obter.

O Titus tinha decidido a mesma coisa. Se esta fosse a Гєnica vez que ela deixaria o seu toque de bom grado, entГЈo ele faria com que ela nunca o esquecesse. Soltando as mГЈos dela, ele aprofundou o beijo enquanto se ajoelhava contra ela. Agarrando o tecido da camisa de noite rosa quente, ele sacudiu um lado dela para expor o peito dela para ele.

Terminando abruptamente o beijo, ele deslizou para trás pela cama agarrando as calcinhas dela e puxando-as pelas pernas dela num movimento rápido. Ele sentiu satisfação ao ouvir o susto dela.

Olhando para ela com seu cabelo escuro espalhado pelo lençol branco e aquele monte de carne cremosa acima da borda da camisa perdida, Titus decidiu que havia mais uma coisa para completar o quadro. Agarrando a parte inferior da camisa de dormir, ele a rasgou pelo meio, parando apenas alguns centímetros antes que o rasgo atingisse o topo e se encaixasse ao meio.

Ele estendeu bem a camiseta e entГЈo soltou o tecido macio, observando como ela se abria como uma cortina e depois desceu, deixando-a nua dos seus seios para baixo.

Jade sorriu sentindo-se como se eles ainda estivessem lutando e ela instintivamente gostou da energia disso. Ela se levantou e colocou a palma da mão contra o peito dele para segurá-lo na baía. Deslizando as pernas para fora do meio dele, ela se levantou de joelhos de frente para ele e sorriu timidamente quando ele a deixou forçá-lo a se levantar da cama até que ele estivesse fora do alcance dela.

Ela deixou o olhar dela viajar mais baixo enquanto Titus deslizava as calças de corrida pelas pernas dele e chutava-as para o lado. Ela pensou que ele era duro da última vez que o viu nu, mas agora ela podia ver a diferença… ele era enorme.

Rastejando atГ© a beira da cama, Jade se levantou de joelhos e se levantou para frente, cortando os lГЎbios dela atravГ©s dos dele em um beijo aquecido que ele rapidamente dominou. Ela deixou as mГЈos acariciarem os quadris dele e entГЈo deslizou um deles pela frente para envolver a mГЈo dela no comprimento grosso dele.

Sabendo que ela agora tinha um firme controle da única coisa que queria dele, Titus deslizou os dedos dele para dentro do cabelo dela e inclinou a cabeça dela enquanto ele rosnou para o beijo. Ele podia sentir o mamilo livre dela esfregando no peito dele enquanto ele se movia contra ela e balançava para frente e para trás na mão dela.

Titus sorriu interiormente sabendo que estava prestes a ensinar-lhe uma lição. A pequena lobinha dele não tinha ideia no que se estava a meter. Ela estava acostumada com a resistência dos humanos quando mesmo um lobisomem normal não conseguia segurar uma vela para a resistência de um Alfa. Arrastando-a para fora da cama, ele os virou e levantou-a contra a parede.

Jade envolveu as suas pernas em torno dele e colocou as mãos nos ombros dele para alavancar. Levantando-se, ela destemidamente inclinou os quadris até que a extremidade inchada dele estava pressionando contra a abertura dela. Oh Deus, ele era tão grande. Ela balançou os quadris para frente e para trás num movimento lento enquanto o primeiro centímetro dele deslizava dentro dela esticando-a.

Titus observou enquanto ela inclinava a cabeça para trás contra a parede tentando levá-lo devagar. Balançando a cabeça dele, ele feriu as mãos atrás dela e agarrou os ombros dela e, com uma forte pressão para cima, ele a derrubou, fazendo com que ambos perdessem o fôlego.

Ele não esperava que ela estivesse tão apertada e a sensação de aperto quase o colocou de joelhos.

Antes que ela pudesse se recuperar, Titus se acalmou na metade do caminho e então puxou para baixo nos seus ombros novamente, enquanto ele se dirigia para cima e a segurava lá num forte abraço.

Jade empurrou no peito dele e gemeu quando ela foi subitamente balançada e as costas dela bateram no colchão. A cama alta era a altura perfeita para ele permanecer de pé com as suas pernas enroladas em torno da sua cintura. Ela pegou punhados de cobertura quando ele apalpou as suas nádegas, puxando e empurrando-a para frente e para trás contra ele.

Com respirações irregulares, Jade olhou para ele apenas para encontrá-lo vendo-o deslizar para dentro e para fora dela. Os músculos dos braços dele se apertaram a cada movimento e ela baixou o olhar para o pacote de oito músculos flexionando o abdómen dele. A imagem dele ali de pé, alto e orgulhoso enquanto ele batia nela era a coisa mais sexy que ela já tinha visto. A sensação dele alimentando-a com uma polegada maravilhosa em lentas e duras investidas a mandou para lá da borda.

Titus levantou o seu olhar aquecido quando a ouviu gritar. Ela era tão sensual em seu orgasmo que ele teve que se concentrar para lembrar que para ela, ele não era nada, mas uma ferramenta para dar-lhe a libertação do seu calor. Ele ou qualquer outro humano o faria. O pensamento de outros homens que a tocam… conduzindo-a ao orgasmo ajudou-o a manter o seu controlo rígido enquanto ele afundava nela e puxava para fora flexionando o seu corpo inteiro com cada movimento.

Jade estava lutando para respirar quando o espasmo dos seus orgasmos continuou até o ponto em que ela estava pronta para implorar por misericórdia. Atirando a cabeça para trás e para frente, ela curvou o corpo para cima e abriu os olhos. A pouca respiração que ela tinha se perdeu quando viu os olhos zangados do lobo Alfa olhando para ela. Em pânico, ela desembaraçou as pernas e tentou se afastar dele.

– Chega, – Jade disse sem fôlego e ficou feliz quando ele a soltou. Ainda sentindo os espasmos de pulsação entre as pernas dela, ela tentou se afastar dele.

Titus observou enquanto ela virava as mãos e os joelhos para se afastar dele. Ele podia cheirar o súbito pico de medo dela e ele odiava o fato de que ela estava mais uma vez comparando-o com outros homens que ela temia só porque ele era um Alfa. Ele balançou a cabeça e rapidamente rastejou para cima e por cima dela.

Jade inalou bruscamente quando ela sentiu o corpo dele acariciando as costas dela e os braços dele estavam repentinamente ao lado dos dela. Ela podia sentir a cabeça grossa dele a se espremer de volta na abertura dela e gemeu enquanto ela levantava o tronco e deitava a cabeça de volta contra o ombro dele em rendição.

Titus a enjaulou com os braços dele e a puxou de volta contra o peito dele enquanto ele se enjaulava dentro dela novamente. Abaixando os lábios dele até á concha do ouvido dela, ele sussurrou numa voz escura e rouca, – Nunca é suficiente. – Ele acariciou o lado do pescoço dela e sentiu que ela o apertou ainda mais.

Jade sentiu o coração dela tremer enquanto a voz dele ecoava na mente dela, mas ela ainda estava lúcida o bastante para ser cautelosa com os dentes que estavam tão perto da pele dela. Quase todas as mulheres estavam marcadas durante o sexo e ela não conseguia parar o medo de se levantar ao mesmo tempo que outro orgasmo a atingia com força.

Olhando para cima, Titus notou o seu reflexo no espelho enorme no armário. A visão dela com seus olhos fechados e lábios ligeiramente separados enquanto ela fazia uso dos seus impulsos era erótica. Colocando as mãos dele nos quadris dela, ele a levantou e a trouxe de volta em um ritmo que a manteve ofegante enquanto as pernas dela começaram a tremer. Ele deixou uma das suas mãos acariciar o seu caminho para cima até que ele estava curvando o peito dela, então ele deslizou a outra mão na frente dela e a mergulhou entre as coxas dela.

– Abre os teus olhos Jade, – ele comandou num sussurro severo e usou a bochecha dele para mover o rosto dela para onde ela estava de frente para o espelho.

Jade abriu os olhos dela vendo o reflexo deles enquanto ele empurrava as pernas mais afastadas. A coloração mais escura dela segurava contra o Deus grego loiro atrás dela era erótica como o inferno. Quando ele correu a almofada dos dedos dele através do feixe de nervos logo acima de onde ele estava entrando Jade gemeu, mordendo o lábio inferior dela enquanto ela vinha atrás dele novamente. Ela sentiu que estava explodindo quando os seus dedos não pararam de torturar.

– Titus por favor, – Jade gritou, pressionando de volta contra ele enquanto ela tremia e tremia nos braços dele.

Os olhos de Tito brilhavam enquanto ele a observava no espelho. Ele estava dando a ela algo que ela nunca tinha tido antes e ele ainda nГЈo estava nem perto de terminar. Se ela fosse se afastar dessa cama pensando que isso nГЈo era nada alГ©m de sexo de pena por causa do calor dela, entГЈo ele ia se certificar que ela tinha problemas para se afastar.

Ela sentiu ele a acariciar aquele ponto doce entre as pernas dela novamente e novamente antes que os braços dele finalmente a libertassem e ela caiu para a frente pegando-se no colchão. Ela sugou a sua respiração fazendo um som sibilante quando ele colocou uma mão do lado dela e a outra na pequena das costas dela e deslizou quase todo o caminho para fora apenas para lentamente e implacavelmente se empurrar de volta para dentro.

O sedutor movimento de balanço foi o suficiente para a manter alta e dar-lhe a possibilidade de respirar ao mesmo tempo. Ela agarrou o lençol debaixo dos dedos dela quando percebeu que nessa posição ele poderia entrar ainda mais fundo do que ele tinha entrado antes. O que quer que ele estivesse tocando dentro dela nunca tinha sido tocado por ninguém e essa nova sensação estava fazendo ela ficar tensa e derreter com cada impulso. Antes que ela pudesse se parar, ela se empurrou para trás contra ele para que ele pudesse bater ainda mais forte.

– Titus, – Jade gritou quando ele a manteve imóvel por um segundo antes de se mover novamente.

Titus rosnou baixo na sua garganta quando o seu controle quase escorregou. Estendendo-se para frente, ele empurrou o longo cabelo escuro dela para um lado e segurou o ombro dela com uma das mГЈos dele. Respirando profundamente, ele a puxou de volta com o pau mais duro, batendo contra ela e dando a ela o que ela estava desejando.

– Oh Deus Titus, – Jade gemeu enquanto ele acelerava dando a ela muito mais do que ela havia antecipado. Depois de alguns minutos, ela finalmente sentiu que ia quebrar e se levantou para frente tentando novamente rastejar para longe dele.

Titus estava respirando forte enquanto ele a agarrava e a virava de costas para ela. Ela estava mole e tão corada que só o fez crescer mais duro se isso fosse possível. Estendendo as pernas dela, ele segurou o olhar dela enquanto ele facilitou seu caminho dentro dela dessa vez, se segurando acima dela por um braço. Pegando a outra mão, ele a enrolou sob um joelho e levantou a perna dela, dirigindo para dentro e para fora dela em um ritmo lento e tortuoso.

Diminuindo a velocidade, ele podia sentir cada centГ­metro quente dela o cercando, apertando e chupando para ele. Cheirando a mistura do almГ­scar combinado deles e vendo o brilho do desejo nos olhos dela surgirem dentro dele, fazendo com que ele a quisesse manter. Titus rangeu os dentes dele enquanto sentia o pulso dela ao redor dele.

Agarrando o ombro dela de novo, ele a puxou para baixo no colchão em direcção a ele, empurrando-a rapidamente, e então se voltou contra ela. Deslizando-a de volta para o lençol, ele repetiu o movimento de novo e de novo, usando teimosia para superar até mesmo o seu próprio limite.

Tudo o que a Jade podia fazer era agarrar-se e afogar-se nas sensações. Quando ele baixou a testa dele para a dela, ela enrolou os braços ao redor do pescoço dele e foi rapidamente levantada nos braços dele.

Titus a segurou firmemente contra ele e ergueu a cabeça para olhar para o tecto, então ele não a marcou enquanto explodia dentro dela, o pulso da semente dele igualando o batimento do coração dele. Por alguns minutos, eles permaneceram naquela posição respirando duramente e tremendo antes que Titus a soltasse de repente para voltar para o colchão.

Jade franziu o sobrolho quando Titus se esticou na cama ao lado dela sem dizer uma palavra ao tentar segurá-la. Ela lentamente virou a cabeça para ele para encontrá-lo deitado de costas, o peito dele ainda subindo e caindo tão rápido quanto o dela… mas os olhos dele estavam fechados e relaxados.

Ela franziu o sobrolho quando os minutos passaram e a respiração dele ficou nivelada enquanto Titus adormeceu tão facilmente. Ela sentiu o ar frio do quarto escuro arrefecer a sua carne aquecida e gentilmente puxou a cobertura para cima e sobre ela em um estranho momento de solidão. Jade passou os trinta minutos seguintes forçando-se a ficar tão relaxada quanto ele estava e adormecer.




CapГ­tulo 3


Dean olhou para baixo na rua abaixo observando como Kane saiu do edifГ­cio com o belo Skye e Aurora em reboque. Se Aurora ainda nГЈo estivesse acasalada com Michael, ele jurava que os dois Fallen pertenciam um ao outro. A maneira como eles se amaram tГЈo incondicionalmente o lembrou de coisas que ele havia esquecido hГЎ muito tempo e isso o deixou com um leve caso de melancolia.

Ele já tinha sido como eles ou tinha nascido tão frio e duro quanto se sentia agora? Dean suspirou não querendo procurar a sua própria alma com medo da resposta. Ele tinha-se decidido há muito tempo atrás para se tornar no que era agora, a fim de proteger aqueles com corações mais suaves e ele se recusou a se arrepender daquele sacrifício.

Ele permaneceu parado quando Skye virou e olhou para ele como se sentisse que ele estava sendo observado. Era bom que os instintos do garoto fossem tão afiados… ele precisaria deles para se proteger a si mesmo e aos que ele amava nos próximos dias. Ele desejava ter o tempo que levaria para ter certeza que Kriss e Skye se tornariam mais próximos, mas o seu tempo estava se esgotando.

Ele sentiu um pouco de culpa e ciГєme enquanto imaginava Skye olhando para Kriss da mesma forma que ele olhava para Aurora. Ele fechou os olhos tentando parar o visual intrusivo deles fazendo amor muito depois que ele se foi.

Ouvindo passos suaves, Dean abriu os seus olhos vendo Kriss no reflexo da janela enquanto se aproximava da cozinha e rapidamente escondeu o tumulto interior. Kriss não tinha dito uma palavra quando os dois Fallen mais jovens anunciaram que iam com Kane para visitar Michael, mas ele podia ver a preocupação nos olhos do seu amante. Ele sempre tinha sido capaz de ler Kriss tão bem e estava feliz que Kriss não tivesse a mesma habilidade.

– Ainda bem que Kane está acompanhando eles hoje à noite, – disse Kriss por trás de Dean.

– Acham que ele pode lidar com Michael se ele começar a perder o controle?

Dean armou uma sobrancelha, não sei bem qual foi a resposta para essa pergunta. – Diz-me, lembras-te quando fomos de cabeça erguida com Kane antes de Syn intervir e atirar-nos do telhado do edifício como bonecas de trapos? – Ele assistiu enquanto os lábios de Kriss se diluíam na memória.

– Sim, – Kriss deslizou os seus braços ao redor de Dean e colocou o seu queixo no ombro de Dean. – Estou ciente de que Syn provavelmente nos salvou de uma séria dor naquela noite.

Dean endureceu a sua voz para que Kriss pudesse ouvir. – Então vais concordar comigo quando eu te disser que precisamos de ficar fora do caminho do Michael por agora. Confio em Kane para saber o que fazer e se ele precisar voltar atrás, ele pode sempre chamar o pai deles. – Dean se inclinou de volta para o abraço de Kriss, aproveitando o momento de paz que isso lhe deu.

– Ei Kriss, – Tabatha ligou da cozinha onde estava esvaziando a máquina de lavar louça. – A tua cozinha é como um labirinto imaculado. Onde guardas as tuas colheres de salada?

Kriss pressionou os seus lábios contra a parte mais sensível do pescoço do Dean logo abaixo do seu lóbulo da orelha e apertou os seus braços como um agradecimento por deixar Tabatha visitar por um tempo. Ele ergueu os olhos de volta para o seu refúgio, captando a visão do calafrio que os seus lábios haviam causado e deu um passo atrás.

– A chegar, – ele gritou por cima do ombro dele e se forçou a virar e a se dirigir para a cozinha.

Dean o viu ir com um sorriso suave no rosto, mas a expressão desapareceu assim que Kriss ficou fora de vista. Cristalizando os dentes, ele olhou para o braço palpitante. Estava ficando cada vez mais difícil lutar contra a dor, mas na verdade, ele estava surpreso por ter durado tanto tempo sem se entregar.

Empurrando a manga para cima, Dean olhou para a escuridГЈo que se formou ali e assobiou enquanto a abertura esticava e rasgava a carne dele como se quisesse que ele visse o que estava se formando dentro dele antes da borda da ferida se estreitar.

Se tivesse sido uma ferida normal, teria começado como um corte vermelho irritado que provavelmente já estaria mostrando os estágios finais da cura. Mas essa não era uma ferida comum e havia uma longa rasgadela preta onde a Lamina do Demónio o havia penetrado… entrando por um lado de seu antebraço e saindo pelo outro.

Enquanto ele olhava fixamente para a ferida feia, ele notou que a escuridão interior estava começando a se mover e a ficar mais forte. Ele estava perdendo a batalha e sabia disso. A alma negra que prosperava dentro dele queria viver… mas então, Dean também queria viver.

Ele se lembrou do jeito que Kriss tinha gritado com ele, gritando sobre ele assumir a Lâmina Demoníaca e quase ser morto. Kriss ainda estava com a impressão de que se você fosse atingido pela lâmina, você iria cair numa dor esmagadora imediatamente e ele estava certo… mas apenas se a vítima fosse humana ou pelo menos contaminada com sangue humano.

Ele tinha mentido para Kriss.... assegurou-lhe que ele era imune à Lâmina do Demônio e como ele ainda estava de pé, Kriss tinha acreditado nele porque ele queria que fosse verdade. Isso acalmou a alma de Dean apenas sabendo que Kriss não poderia mais esconder o amor que ele tinha por ele. A sua raiva e preocupação tinham sido uma dádiva morta. Agora tudo chegaria a um final tranquilo. Isso tornaria Kriss mais forte a longo prazo.

Dean ficou feliz por Kriss nunca ter sido exposto aos perigos reais de uma Lâmina Demoníaca durante as guerras demoníacas, já que ele não tinha chegado até que a guerra estivesse praticamente terminada. Por causa disso, Kriss não sabia o que aconteceu com um Fallen que tinha sido atingido por um… ele só sabia o que aconteceu com as vítimas humanas.

Muitos Fallen tinham morrido de tal ataque durante as guerras demoníacas e Samuel tinha lançado a arma para que a lâmina desse a Aurora uma morte lenta e dolorosa… o seu presente final para a mulher Fallen que o tinha traído. O inocente Skye não tinha conhecido as consequências das suas acções, quando ele tentou proteger Aurora, balançando-a à volta e apresentando as suas próprias costas para a lâmina mortal.

O rapaz teria pago o preço final e não haveria como voltar atrás. Ele não se arrependeria de ter salvo Skye… ele não se arrependeria de nada disso.

Dean fechou os olhos e empurrou o pano de volta para o braço para esconder a evidência do demónio a crescer dentro dele. Ele tinha sido um dos poucos da sua espécie a sobreviver à ferida de uma Lâmina Demoníaca… mas foi apenas por causa da sua força, tanto física quanto mental. Ele era o capitão da guarda real e, portanto, tinha sido treinado para ter a força para resistir a tudo… até mesmo à dor e influência de compartilhar o seu corpo com a alma de um demónio.

O problema que mais preocupava Dean Dean era que os demónios "nascidos" de uma Lâmina Demoníaca não eram recém-nascidos… a arma realmente criou pequenas fendas dimensionais dentro das que a lâmina foi usada contra. Em suma, a Lâmina do Demónio permitiu que as almas dos demónios antigos voltassem a atravessar e renascessem no reino humano através do corpo da sua vítima.

A sobrevivência de um ataque da Lâmina do Demónio dependia de cuja alma era a mais forte… a vítima ou o demónio ressuscitado. A sua alma tinha ganho a última vez e o demónio tinha morrido dentro dele, manchando o seu próprio sangue com a acidez dele, mas por causa disso ele tornou-se muito mais forte.

Samuel tinha sido um dos originais, entre os primeiros demónios a respirar o ar da Terra. Estes eram demónios poderosos, pois foram gerados pelos mais poderosos Fallen… a maioria da realeza, pois foram os cientistas da linhagem real que criaram a fenda entre as dimensões. Por causa disso, havia uma possibilidade muito boa de que a alma que crescia dentro dele fosse também um original.

Outra dor disparou no braço e Dean fez uma careta quando sentiu a sua pele em torno do movimento da ferida de uma maneira repugnante. Não demoraria muito e ele sabia que precisava sair para salvar Kriss do horror do que estava prestes a acontecer. Como estava agora, as suas hipóteses de sobreviver a isto estavam a diminuir a cada hora que passava.

Com um suspiro pesado, Dean caminhou em direcção à cozinha e encostou-se à entrada, apenas vendo Kriss e Tabatha fingir que lutavam com espadas de madeira. A expressão não apareceu no seu rosto, mas no momento ele estava contente. Kriss estava mais forte agora do que alguma vez o tinha visto e isso era o que importava.

Kriss olhou para cima vendo Dean os observando da porta. Ele piscou para Dean e deu a ele um sorriso brilhante antes de choramingar brincando, – Tu podias dizer a Tabatha para parar de me provocar?

– Sem hipóteses, – Dean disse e se aproximou do outro Fallen. – Eu tenho algo que preciso tratar… então tu e Tabatha divirtam-se.

Fechando os olhos com Kriss, Dean lentamente se inclinou para frente e tomou posse dos seus lГЎbios num beijo ardente, mas gentil que durou vГЎrios segundos. Recuando, ele pegou a expressГЈo atordoada de Kriss e gravou na sua memГіria antes de acenar para Tabatha e sair do apartamento.

Os dois ficaram ali parados, olhando para o lugar onde Dean tinha acabado de estar. As suas atitudes haviam assustado Kriss a ponto de ele ficar sem palavras e Tabatha tinha uma expressão de desaprovação no rosto dela.

– O que no mundo era isso? Tabatha perguntou suavemente nunca tendo visto Dean dar uma demonstração tão suave de afecto. Ela não sabia que ele era capaz disso.

Kriss balançou a cabeça ainda em choque. – Não faço ideia. Ele esfregou os seus braços onde os calafrios frios tinham aparecido como um mau presságio e o seu peito apertado dolorosamente. Ele começou a ir atrás de Dean, mas a voz de Tabatha deu-lhe uma pausa.

– Essa foi a coisa mais doce que eu já vi ele fazer, – Tabatha riu e suspirou. – Se eu não soubesse de nada… Eu diria que você está fazendo Dean um garoto muito feliz. – Ela o cotovelou brincando.

Kriss corou, sentindo-se um pouco melhor quando a estranha sensação desapareceu. Ele esperava que ela estivesse certa. Sentindo ela a observá-lo, ele sorriu e encolheu os ombros, – Ou isso ou Dean simplesmente não queria ficar por perto para o filme da menina vampira que está posto em cima do DVD player.


*****

– É enorme, – Aurora respirou quando Kane parou em frente a uma grande e bela casa do outro lado da rua de uma enorme igreja gótica. – Michael vive sozinho lá dentro? É tão grande… muito grande para apenas uma pessoa. Não é ele lonely?

Ela deu uma olhadela de lado em Skye perguntando se ele se lembrava das pequenas cabanas e barracas onde eles viviam antes do mundo deles se desmoronar. NГЈo havia nenhum conceito de um lar no mundo demonГ­aco e ela sabia pelas memГіrias de Skye que ele sГі conhecia a fria escuridГЈo de uma caverna. A casa de Michael pode ser intimidante em tamanho, mas ela jГЎ podia sentir o calor irradiando dela.

Kane não podia deixar de sorrir para a maravilha que iluminou os olhos de Aurora. Ele inclinou a cabeça e olhou para a casa vitoriana como se nunca a tivesse visto antes e decidiu que ela estava certa… foi um olhar incrível.

– Sim, Michael vive sozinho, mas eu vivi com ele até algumas semanas atrás. Assim como o nosso irmão Damon e uma mulher chamada Alicia. Confie em mim, aquela casa estava longe de ser solitária ou silenciosa, – ele comentou, mas lembrou-se silenciosamente que Michael tinha vivido sozinho nos últimos quarenta anos, então talvez Aurora estivesse a caminho de alguma coisa lá.

Aurora fez um leve rosto ouvindo o nome de Damon ser mencionado. Ela ainda não confiava na pessoa chamada Damon depois de ouvi-lo dizer algo sobre ter que matar Michael. Não importava se ele podia voltar dos mortos ou não… você simplesmente não falava em matar Michael ao redor dela. Ela se viu silenciosamente desejando que tivesse sido Damon que ela tivesse atirado pelas escadas em vez do Kane.

Kane sorriu ouvindo os pensamentos de Aurora tГЈo claramente como se ela tivesse falado em voz alta. Se ela realmente conhecesse Damon, ela provavelmente repensaria a ideia de o atacar. Damon nГЈo se importava com o sexo de seu oponente e todo o inferno teria quebrado se ele tivesse pensado que Alicia estava em perigo. NГЈo.... Damon nГЈo teria sido tГЈo gentil com ela como tinha sido.

– Quem é Alicia e por que todos se mudaram? – Skye perguntou tentando manter a sua curiosidade escondida atrás da pergunta.

O sorriso de Kane alargou-se sabendo que ele estava prestes a fazer o dia de Aurora com a pequena história que ele estava prestes a contar… bem, a parte Damon de qualquer maneira.

– Alicia recentemente se tornou companheira de Damon e ela é uma das únicas pessoas que conheço que o podem manter na linha. Na verdade, ele está muito ocupado a olhar para ela para começar com os seus próprios problemas. É uma história engraçada. Eles se conheceram há algumas semanas e a primeira coisa que Alicia fez foi esfaquear Damon no coração com uma estaca e deixá-lo a morrer. – Kane encolheu os ombros e tentou não se rir quando Aurora virou os olhos para ele.

– E agora eles são amigos, – Aurora repetiu de forma questionável, então mordeu o seu lábio inferior sabendo que quando ela conheceu Michael, ela tinha feito amor com ele e o empurrou para longe dela e fugiu. Mas… pelo menos ela não tinha tentado matá-lo.

– Sim, amor à primeira vista, – Kane acenou com um sorriso manhoso. – Eles se mudaram para o prédio que você tão docemente chama de Santuário. Ele pulou a história por trás dele e da reunião de Tabatha já que não era muito melhor do que a história de Damon e Alicia. – Com Tabatha e eu sendo recém-casados e Damon sendo um pouco como um canhão solto, nós achamos melhor que fossemos companheiros de quarto com eles para que pudéssemos ajudar Alicia a ficar de olho nele.

A expressão de Aurora ficou mais suave: – Tu tomas conta dos teus irmãos… não tomas?

Kane realmente se sentiu um pouco envergonhado sabendo que os papéis tinham sido trocados de tempos em tempos… recentemente. – Damon e Michael não tiveram a melhor história junto com sua rivalidade entre irmãos e eu mesmo ainda luto contra a escuridão. Mas eu sou o mais velho, então sim… Eu tento cuidar deles quando eles não estão ocupados a cuidar de mim.

Ele pensou fugazmente em preenchГЄ-la com o facto de Syn tambГ©m ter observado todos eles, mas absteve-se. Se Aurora guardasse rancor contra Damon pelo seu papel em acalmar Michael, entГЈo ela provavelmente iria desaprovar o pai mais querido recentemente matando-o por quase equilibrar o metro.

Enquanto eles se dirigiam para a casa vitoriana, Kane estreitou os seus olhos perguntando quantos problemas que Michael iria causar com a sua nova paixГЈo por sangue demonГ­aco. Ele inalou profundamente e endireitou os seus ombros, decidindo que nГЈo havia tempo como o presente para descobrir.

Chegando na porta da frente, Kane bateu na pesada madeira e rapidamente empurrou as mГЈos para dentro dos bolsos dele, deixando-se abanar. Isto ia ser divertido.

Aurora deu um passo Г  frente e entГЈo sentiu a mГЈo de Skye no ombro dela e olhou para ele. Vendo aquele olhar de cautela nos olhos dele, os lГЎbios dela se separaram lembrando do aviso dele sobre ela nГЈo saltar para os ossos de Michael assim que ela o visse. Ela fez um rosto em Skye e deu um passo para trГЎs, rapidamente recompensado quando ele removeu a mГЈo restritiva e sorriu.

Michael estava na biblioteca passando pela sua colecção de livros. Ele tinha começado a escolher apenas alguns dos seus favoritos para a diversão de Aurora, mas quando ele ouviu uma pancada na porta da frente ela o tirou do desassossego em que ele estava e piscou, percebendo que ele tinha ficado na frente das prateleiras que guardavam os livros sobre demónios. Ele empurrou o livro de couro preto de volta para o lugar e olhou para baixo.

– Estás à espera de alguém? – Ele perguntou ao cãozinho que estava aos seus pés e sorriu quando Scrappy, que tinha parado para uma visita, latiu e saiu a correr pela porta da frente.

Michael seguiu o pequeno cГЈo e nГЈo podia deixar de se rir suavemente quando viu o cГЈozinho a saltar para cima e para baixo na frente da porta com entusiasmo. A expressГЈo dele amoleceu quando ele sentiu o calor que sГі a proximidade de Aurora poderia causar e o seu sangue aqueceu enquanto ele pensava numa maneira de se distrair da sua obsessГЈo demonГ­aca momentГўnea.

Ele abriu a porta esperando pela sedução urgente que normalmente os distraía antes mesmo que eles se pudessem cumprimentar, mas os olhos dele abriram-se quando ele viu Kane parado ali com Aurora e Skye. Kane de repente sorriu e estendeu os braços fazendo Michael dar um passo atrás.

– QUERIDA, ESTOU EM CASA! – Kane gritou antes de pular pela porta e se enrolar ao redor de Michael como um vagabundo.

– Kane, – Michael reclamou e tentou livrar-se da garra da morte do seu irmão. Esse não era exactamente o contacto que ele tinha na sua mente para não mencionar que a pessoa errada tinha as pernas enroladas à volta dele.

– Eu senti muito a tua falta, – disse Kane com um falso soluço. – Nunca ligas ou escreves.

Todas as expressões deixaram o rosto de Michael enquanto Skye e Aurora olhavam com sorrisos divertidos. – Mal passaram vinte e quatro horas.

Kane enterrou o seu rosto no pescoço de Michael, – Eu sei… muito tempo… certo?

Michael suspirou e moveu o Fallen para dentro, – Bem-vindos à minha casa, por favor, fiquem confortáveis enquanto eu administro um novo crescimento que está a surgir. – Ele empurrou Kane tentando desalojá-lo, mas não teve sucesso novamente.

Aurora franziu as sobrancelhas não percebendo a piada, – Um novo crescimento?

Skye balançou a cabeça e dirigiu Aurora para dentro, – Não lhes liguem. Alguns irmãos são assim mesmo. Eles provocam-se uns aos outros só para serem amorosamente irritantes.

– Oh, – a expressão de Aurora brilhava e ela balançava as sobrancelhas. – Assim como eu costumava te implorar por passeios de cavalo quando tu decidias namorar com uma mulher?

– Sim, – Skye disse com um sorriso e tocou na testa dela, – Como eu disse… irmãos.

Aurora olhou para baixo quando ouviu um latido e os seus olhos começaram a brilhar quando viu um pequeno cãozinho a dançar em redor dos seus pés. – Oh, que doce. Esse é o seu cãozinho Michael?

Kane rapidamente levantou a cabeça do pescoço de Michael, – Scrappy, então é aqui que te estás a esconder.

Scrappy deu meio rosnado como se dissesse 'onde mais eu estaria' e começou a saltar ao redor das pernas de Aurora novamente. Cedendo, Aurora se inclinou para pegar o adorável cãozinho. Scrappy imediatamente começou a balançar ao redor tentando lamber o rosto de Aurora enquanto espreitava rapidamente o Skye.

Skye estendeu a mГЈo e passou a mГЈo pelas costas do cГЈo, admirando a suavidade do seu pГЄlo.

– Eu acho que ele gosta de ti, – ele piscou.

– Ele é adorável, – Aurora disse. – O nome dele é Scrappy?

Kane atacou Michael quando ele finalmente perdeu a luta de abraços que eles estavam a ter. Ele acenou para Aurora, – Sim, Scrappy tem estado comigo por um tempo agora, mas por alguma razão ele sentiu a necessidade de ficar com Michael ultimamente. Provavelmente porque essa casa é tão grande que Michael se perderia nela sem ele. – Ele fez a piada devido aos pensamentos de Aurora sobre a solidão de Michael.

– Eu não faria isso, – disse Michael com um tom ultrajado na sua voz. Pendurado ao redor de Kane quando o seu irmão estava com um humor pateta às vezes irritantemente esfregado nele. – Eu quero que saibas que eu tenho mais esconderijos neste lugar do que tu alguma vez encontrarias. E sim, ao contrário da tua incapacidade de te lembrares dos nomes das mulheres… Eu lembro-me de onde elas estão todas.

– E quanto ao tempo que te perdeste a caminho da casa de banho e abriste o armário? – Kane perguntou com um sorriso.

– Eu estava bêbado, – Michael respondeu brilhantemente para ele.

Kane olhou para Scrappy acusando, – Tens mesmo que parar de me trair com um rabugento tão mal-humorado. – Ele estendeu a mão para levantar o cãozito dos braços de Aurora, mas parou quase jurando que ele estava sendo observado pelo seu animal de estimação normalmente adorado.

Scrappy olhou para Kane e rosnou para mostrar que não concordava com a sugestão de ficar longe de Michael e a intenção do dono de tirá-lo do peito bem arredondado da garota bonita.

Skye parou de acariciar Scrappy e sacudiu a mГЈo quando viu os olhos do cachorro ficarem vermelhos de sangue. Ele rapidamente se afastou do Yorkie com uma expressГЈo assustada.

– Ele é um demónio? – Skye perguntou confusa.

Kane sorriu carinhosamente, – Não, eu encontrei-o durante um período muito sombrio na minha vida e… o mudei acidentalmente. Até onde eu posso dizer, Scrappy nunca envelhecerá e nunca morrerá… embora ele pareça bastante feliz com o arranjo.

– Então ele é um Deus do Sol familiar? – Aurora perguntou curiosamente tendo visto demónios a atacar animais da mesma maneira.

Kane e Michael olharam um para o outro com expressГµes pensativas.

– Faria sentido, – disse Kane com um encolher de ombros. – Ele sempre foi Scrappy.... Eu nunca pensei nisso dessa forma.

– Algum de vocês se interessa por algo para beber? – Michael perguntou, mas os olhos dele estavam em Aurora.

Kane levantou a mão e mexeu os dedos, – Eu vou tomar um pouco do melhor álcool da casa. – Ele agarrou as costelas onde Michael o cotovelou e suspirou, – Não importa… eu posso esperar.

Aurora balançou a cabeça na brincadeira deles. – Não agora… mas eu realmente gostaria de ver a sua biblioteca.

Michael sorriu para o brilho óbvio nos olhos dela e fez uma leve reverência, – Por aqui, minha querida.

Quando Aurora pegou na mГЈo oferecida por Michael, Kane se inclinou perto dele do outro lado.

– Aurora pegou a mão de Michael e Kane se inclinou perto dele do outro lado – Kane perguntou num sussurro de palco.

– Só estás com ciúmes porque não pensaste em tentar usar a bondade como uma forma de cortejar Tabatha, – Michael respondeu com um sorriso malicioso.

– Isso foi diferente, – Kane lamentou-se perseguindo Michael e Aurora com Skye por trás rindo-se discretamente dele.

– Como foi diferente? Michael perguntou com curiosidade brincalhona.

– Tabatha é a minha chefe. Kane declarou com autoridade. – Eu não tive escolha a não ser cair nos seus encantos e persegui-la até os confins da terra. Ele parou por um momento e esfregou o seu queixo de forma pensativa, – Então novamente… ela é a minha alma gémea, então eu acho que uma eterna servidão à mulher mais linda e sexy do mundo vale a pena.

– Touché, – Michael murmurou decidindo que o disparate de Kane às vezes fazia todo o sentido.

Os olhos de Aurora arregalaram-se novamente quando Michael a acompanhou atГ© Г  enorme biblioteca. A sala era circular com janelas altas ao redor e havia estantes cheias de livros do chГЈo ao tecto com nada alГ©m de livros de todas as formas e tamanhos. Cadeiras confortГЎveis e cadeiras superlotadas e bancos do amor foram colocados ao redor da sala, acompanhados por pequenas mesas elegantemente esculpidas.

– Oh uau, – Skye sussurrou e foi até uma das prateleiras. Ele passou os dedos sobre as encadernações enquanto folheava os títulos. Todos os desta secção pareciam pertencer às leis da física com tudo, desde Platão a Albert Einstein e obras ainda mais recentes de Nassim Haramein.

– Há algo de errado? – Michael perguntou quando viu a expressão sufocada no rosto de Aurora.

Aurora deixou o seu olhar à deriva ao redor da sala tentando não se sentir intimidada. – Onde… por onde eu iria começar? – ela disse e de repente sorriu lembrando que Skye tinha dito que quanto mais ela lesse, menos infantil seria a sua reacção às coisas. Ela argumentou que não era uma criança, mas secretamente, ela sabia que Skye estava certo. Ela levantou o queixo sem querer que Michael pensasse que ela era infantil.

– Eu realmente escolhi alguns dos contos de fadas para a Skye começar a ler, já que é o que a maioria dos humanos lê quando eles aprendem a ler, – Michael disse e se inclinou mais de perto como se estivesse a compartilhar um segredo, – é a magia dos contos de fadas que faz a maioria das pessoas se apaixonar pela leitura. Eu não tenho certeza de qual é o método de ensino dele, mas se ele foi capaz de aprender a ler num período tão curto de tempo, então eu acho que vai funcionar da mesma forma contigo.

– Skye – Aurora chamou-o na esperança de que Michael estivesse certo sobre a rapidez com que ela poderia aprender a fazer isso. – Podemos começar com isso?

Skye afastou-se da prateleira para onde estava a olhar e se aproximou das pilhas de livros que Aurora indicou. – Estes são bons para começar, – Skye concordou em ver alguns que ele tinha gostado muito e um grupo que ele ainda não tinha lido.

– Oh, que bom, – Kane disse e esfregou as palmas das mãos. – Eu posso brincar com Michael enquanto Aurora tem as suas aulas de leitura. Ele agarrou Michael pelo braço e o arrastou para fora da biblioteca deixando a porta aberta caso Aurora ou Skye precisassem deles.

Ele sorriu para a lentidão dos passos de Michael e a maneira como ele lançou um olhar ansioso de volta para o corredor. – Vamos lá, rapaz-amante, tu só a vais distrair dos estudos dela. Tu queres que ela faça A's heterossexuais, não queres?

Michael virou a cabeça e deu a Kane um olhar de escárnio, – Eu sei como me comportar.

– Assim diz o homem que faz sexo nos túneis do metro, – Kane respondeu com um sorriso tendo lido os pensamentos desejados de Michael de pele nua antes mesmo de ele ter aberto a porta.

De volta à biblioteca, Skye balançou a cabeça quando Aurora começou a folhear as páginas de um dos livros, com seus olhos brilhando de curiosidade. Ele sentou-se no chão ao lado da pilha de livros que Michael tinha colocado e apontado para o ponto na frente dele, – Aqui mesmo, olhos brilhantes… e traga o livro.

Aurora riu-se da escolha de palavras do Skye e sentou-se de frente para ele onde os seus joelhos se estavam a tocar. Ela segurou o livro para o Skye ansiosa para começar e se questionando como ele a iria ensinar. Entretanto, em vez de o tirar ele gentilmente empurrou as suas mãos para baixo até que o livro estivesse deitado no chão no pequeno círculo entre eles.

– A primeira coisa que eu quero que tu faças é tocar o livro com os teus dedos, – Skye instruiu e sorriu para ela quando ela instantaneamente obedeceu. – Agora, lembra o que costumávamos fazer quando eu ia caçar ou explorar com os meninos da tribo e tu tinhas que ficar atrás das meninas?

– Sim, – Aurora disse com um aceno conspiratório. Ela inclinou-se para ele e baixou a voz como se ainda fosse o pequeno segredo deles. – Tu costumavas me mostrar as tuas memórias quando voltavas. As memórias eram tão vívidas que eu sempre senti como se estivesse contigo… Às vezes eu podia até sentir a chuva no meu rosto ou cheirar as flores.

Skye acenou, – Isso mesmo, e é exactamente assim que eu te vou ensinar a ler. Eu vou-te dar as minhas memórias de como aprender a ler. Limpa a tua mente e entra em mim.

Ele sorriu quando viu que ela já tinha fechado os olhos. Estendendo a mão, Skye colocou as mãos sobre as dela e deixou a mente dele voltar para o passado… mais especificamente para quando ele encontrou a sala de armazenamento debaixo da biblioteca. Ele sentiu as mãos de Aurora tremerem quando ela sentiu a solidão dele, mas ele não conseguiu esconder isso dela.

Ele estava deitado no velho sofá empoeirado que tinha sido guardado no porão do prédio e, fora do tédio, começou a folhear as páginas de um dos muitos livros que tinham fotografias. Os seus olhos fecharam-se quando ouviu a porta por cima dele bater, seguida de passos. Skye tinha se escondido prontamente na escuridão em cima de uma das estantes altas quando um homem idoso desceu as escadas com uma pilha de livros.

Ele ouviu o velho homem murmurar para si mesmo, reclamando que os clГЎssicos maravilhosos estavam escondidos como algo obsceno e colocou a sua carga de livros numa das muitas caixas, tossindo quando uma pequena nuvem de poeira surgiu do impacto. O homem ficou ali um momento antes de levantar o livro de cima da pilha e ler um pouco dele em voz alta.

Skye estava hipnotizado pelas palavras ditas o suficiente para deixar a sua aura esticar-se e tocar a mente do homem enquanto ele lia. Ouvindo as palavras e aprendendo a navegar pelas letras usando o intelecto do velho, Skye percebeu que tinha aberto um mundo totalmente novo de vasta informação e contentamento.

Depois que o velho deixou a grande área de armazenamento, Skye aproximou-se da pilha de livros e começou a olhar através deles mais de perto desta vez. Não eram mais as fotos em que ele estava interessado. Ele tinha passado os dias seguintes ensinando-se a simplesmente compreender o conteúdo dos livros palavra por palavra, apenas deixando a sua aura alcançar os livros da mesma forma que tinha alcançado a mente do homem.

As palavras voaram através da sua mente como uma brisa de conhecimento. Quanto mais o fazia, mais depressa se tornava capaz de ler uma enciclopédia no espaço de poucos minutos e, em seguida, enchê-la com uma obra de ficção para estimular a sua imaginação.

– Oh uau – Aurora respirou enquanto absorvia o conhecimento de Skye através da sua ligação.

Skye deixou o passado para trás e abriu os olhos, – Agora eu quero que tentes.

Ele sorriu novamente quando Aurora inclinou a cabeça para o lado e virou a sua atenção para o livro debaixo dos seus dedos. Ele rapidamente entrou na mente dela e compartilhou a experiência quando as primeiras palavras que ela leu começaram a passar pela mente dela e pela dele.




CapГ­tulo 4


Precisando de algo para fazer, os rapazes tinham ido para a cozinha onde Michael serviu um copo de vinho tinto para ambos.

Michael inalou profundamente, ainda sentindo uma leve onda de poder da caça demoníaca que ele havia feito no início do dia. Ele sorriu de satisfação sabendo que ele poderia dar um impulso a essa corrida assim que ele teve a oportunidade de voltar lá fora entre os demónios. Ele olhou para cima e apanhou o Kane a observá-lo de perto e depois franziu o sobrolho quando a loira rapidamente baixou os olhos para a bebida e a pegou.

– Então, – Michael pegou o seu próprio copo tornando-se suspeito, – como é que tu apareceste ao mesmo tempo que Aurora e Skye nos vinham visitar?

Kane encolheu os ombros, – Kriss e Dean convidaram Tabatha e eu para jantar e eles apareceram, então nós transformamos isso num jantar. Eles mencionaram que estavam a vir para cá e eu pensei que como não tive oportunidade de falar com vocês, eu só queria… verificar.

Michael franziu, – Não foste fumar dessa vez?

– Não desta vez, – Kane respondeu com um sorriso, mas o humor dele desapareceu abruptamente. Já que Michael já estava a ficar paranóico, mais vale fazer uma pequena pesca. Ninguém para bater à volta do mato ele optou pela verdade. – Dean disseme que te viu hoje cedo.

– Sim, ele disse, – Michael disse evasivamente, já não gostando da direcção que a conversa parecia estar a tomar.

– Ele também disse que tu estavas a beber de um demónio, – Kane disse sem rodeios e baixou o copo. – Quando tu começaste a fazer isso?

O Michael não perdeu uma oportunidade com a mentira, – Quando a coisa decidiu morder-me primeiro.

Os lГЎbios de Kane se separaram para dizer algo, mas o que ele poderia dizer sobre isso? Pegando no copo de volta, ele tomou outra bebida enquanto pensava nisso.

Vendo a súbita careta de Kane, Michael a colocou um pouco mais grossa, acrescentando um pouco da verdade. – Eu apanhei a coisa observando Aurora quando fui visitá-la mais cedo e segui o seu cheiro até um beco. Eu achei que seria uma matança fácil, então eu não tinha exactamente a minha guarda levantada. Quando dei por mim, ele tinha prendido os seus dentes no meu ombro. Isso me irritou tanto que decidi morder de volta… Acho que não estava à espera disso.

– Provavelmente não, Kane murmurou tentando ouvir os pensamentos de Michael, mas o único feedback que ele estava a receber era um sentimento de culpa e desejo que era meio confuso, então ele parou de tentar.

Michael sorriu como se fosse tudo engraçado. – Aconteceu que o sangue dele curou a ferida quase instantaneamente, então eu bebi até que ele estivesse morto. Problema resolvido.

Kane armou uma sobrancelha e saudou Michael com seu copo antes de incliná-lo de volta e drenar o resto da bebida vermelha. Parecia uma explicação razoável, mas ainda não respondeu à pergunta sobre porque é que ele tinha sido tão duro com Dean. Ele começou a perguntar a Michael qual era o sabor do sangue do demónio, mas decidiu adiar por agora. Além disso… se ele quisesse saber o suficiente, ele poderia apenas morder um e descobrir.

Por alguma razГЈo equivocada, o rosto podre de MisГ©ria passou na mente de Kane e ele teve que virar as costas para Michael para evitar que o seu irmГЈo visse a expressГЈo repugnante que estava a distorcer nos seus lГЎbios. Ele dirigiu-se para o frigorГ­fico para encontrar algo que lavasse o sabor imaginГЎrio da sua boca.

Michael deslizou para um dos bancos do bar quando sentiu arrepios frios a atravessar o seu corpo e amaldiçoou interiormente quando uma fina película de transpiração se formou na sua testa.

Falar sobre o sangue do demónio só lhe tinha dado vontade de caçar e ele precisava desesperadamente de uma distracção. Ele passou a mão pelas suas longas franjas esperando não ter dado a Kane a idéia de beber sangue de demónio. Ele podia lidar com os surtos de energia, mas não tinha como saber como Kane iria lidar com isso e a última coisa que eles precisavam era de outra brecha entre LA e o reino dos demónios.

Michael sacudiu-se dos seus pensamentos e virou a cabeça para ver o rabo de Kane saindo do frigorífico.

– O que raio estás a fazer? Michael perguntou.

Kane reapareceu com uma pilha de carne de almoço, maionese, mostarda, azeitonas pretas, alface e um tomate maduro. – Tens comida… estamos a comer.

– Eu pensei que tinhas acabado de comer na casa de Kriss, – Michael rosnou ainda a desejar algo muito melhor do que uma sanduíche. Ele limpou a manga na testa e focou-se em se acalmar.

– Sim, agora eu estou com fome de novo… e pelo aspecto das coisas, tu mesmo deixaste cair alguns quilos, – Kane respondeu vendo um pouco do Dr. Jekyll e Sr. Hyde, do Michael.

Esperando que o vinho muito velho e forte pudesse pelo menos tirar a borda, Michael derramou mais para ambos enquanto Kane se ocupava em fazer comida.

– Então, mais alguma coisa na tua cabeça? – ele perguntou não gostando do silêncio pesado.

Kane franziu a sobrancelha enquanto arranjava o seu esconderijo no bar, – Na verdade, sim, há. Dean magoou-se e eu não acho que se esteja a curar muito bem. Não parecia tão mau quando ele me mostrou pela primeira vez, mas enquanto a noite passava eu comecei a sentir a doença dentro dele.

– Samuel conseguiu esfaquear Dean com a sua Lâmina Demoníaca, – Michael ofereceu-se sabendo que ambos estavam lá para testemunhar a dor que a lâmina tinha causado a Ren. – Essa é a ferida de que falas?

Kane acenou, – Eu estive a pensar. Se uma Lâmina Fallen pode matar Samuel… ou qualquer demónio, então é razoável que uma Lâmina Demoníaca possa matar um Fallen… certo?

– Certo, – Michael acenou com a cabeça tendo encontrado a sua distracção.

Kane começou a cortar o tomate com uma velocidade obscena, – Nós os dois sabemos a confusão que a mesma Lâmina do Demónio fez de Ren, mas Ren não é um Fallen e Dean ainda está vivo. Nós curamos Ren com a Lâmina Fallen que eu estou assumindo que Dean e Kriss têm desde que eles são Fallen. Mas, se isso é o que é preciso para curar Dean, então eles teriam usado até agora e eles obviamente não têm… então, uma Lâmina Fallen não deve ser uma opção quando se trata de curar uma Fallen.

As emoções de Michael esticaram-se entre a raiva sobre a tentativa de Samuel em Aurora, e a preocupação com a sobrevivência de Dean. – A intenção de Samuel era matar Aurora com a Lâmina do Demónio, então sim… é seguro assumir que uma Lâmina do Demónio pode matar uma Fallen.

– Tu e o Dean parecem ter muito em comum hoje em dia, – informou Michael Kane, olhando para a obra-prima de uma sanduíche que ele estava a fazer.

– E o que seria isso? perguntou Michael.

– Vocês estão a fingir que estão bem quando não estão, – disse Kane sem rodeios.

– Ok, Doutor Sinta-se Bem, mas não sou eu que estou a morrer, então tu podes-te querer concentrar em Dean e deixares-me cuidar de mim próprio. – Michael disse e agarrou o copo um pouco mais apertado.

– Verdade, disse a Kane com um suspiro. Ele sabia que tinha empurrado Michael o suficiente por enquanto e provavelmente estava certo sobre Dean precisar de mais atenção.

– Como estão Kriss e Tabatha? Michael pediu para mudar o tópico.

Kriss está a melhorar, – Kane sorriu segurando a faca. – Ele não namorisca mais com

Tabatha, o que é uma coisa boa para a sua saúde contínua. Quanto a Tabatha… – Kane suspirou dramaticamente e abanou as sobrancelhas.

– Não quero saber – , Michael levantou as mãos em derrota.

– Tu fazias isso se tivesses mais sexo, – Kane disse chegando à rápida conclusão de que se.

Michael voltasse toda a sua atenção para Aurora então o que quer que essa coisa de demónio fosse provavelmente passaria à história.Michael sorriu e brindou Kane com a sua bebida, – Num elevador… hoje cedo.

Kane bateu com a faca no balcão e olhou para o irmão mais novo. – Ok, primeiro é o metro, depois o telhado de Love Bites, e agora fizeste sexo num elevador? Quem és tu e o que fizeste com o meu Michael?

– Michael tornou-se num viciado em sexo, – Michael respondeu com uma cara séria e roubou o sanduíche que Kane acabou de fazer.

– Não, – Kane resmungou, – tu és um exibicionista e um ladrão de sanduíches.

– Então, faz outro sanduíche, – Michael ofereceu e olhou para o que estava na mão dele. – Isso é muito bom.

Kane interiormente gostou que o Michael estivesse a tomar algo para além de sangue do demónio. Ele brevemente brincou com a ideia de se mudar com a Tabata de volta para a casa, mas rapidamente descartou a noção. Se eles voltassem para casa, isso poderia atrapalhar os estranhos fetiches sexuais de Michael e Aurora.

Scrappy sentou-se no chГЈo entre eles olhando para frente e para trГЎs. Quando ele sentiu que o tinham ignorado por tempo suficiente, ele latiu. Eles tinham comida e ele queria um pouco dela.

Kane olhou para o Scrappy, – Queres um pouco desse rosbife, não queres?

Scrappy rodopiou em cГ­rculos nas suas patas traseiras enquanto dava a Kane um olhar lamentГЎvel.

– Aqui vai, – Kane disse e mandou quatro fatias grossas para chão que Scrappy começou a devorar imediatamente.

Michael tinha acabado de terminar o seu sanduГ­che quando ouviu o riso leve de Aurora vindo da biblioteca. Ele fechou os olhos para se divertir. O som do riso dela era exatamente o que esta casa fria e vazia precisava.

– O que fazer para verificá-los? – Kane pediu para não ter que ser um leitor de mentes para saber o que Michael estava a pensar. Ele sorriu quando Michael se levantou sem responder e se dirigiu para a porta.

Os dois homens voltaram para a biblioteca e fizeram uma pausa dentro da porta quando viram uma iluminação ao redor dos dois Fallen onde eles se colocaram de frente um para o outro no chão. Havia um livro a pairar no ar entre eles e ambos estavam a tocar nele, mas os seus olhos estavam fechados. Eles não podiam ver o rosto de Skye nesse ângulo, mas Aurora estava a sorrir com pequenas mudanças na sua expressão como se estivesse a assistir a um filme.

Kane inclinou-se contra a parede enquanto Michael estava lГЎ, fascinado pelo que ele estava a testemunhar. A luz que brilhava lentamente implodiu de volta para a ponta dos dedos deles e o livro caГ­u ao chГЈo.

Os lábios de Aurora dividiram-se em admiração enquanto ela abria os olhos para os focar no Skye. – Mas ele deixou-a ali na janela, – ela disse sentindo-se feliz e confusa ao mesmo tempo. Ela pegou no livro e o abraçou como se tivesse pena das pessoas lá dentro.

– Você já sabe ler? – Michael perguntou por não estar a acreditar muito nos seus olhos.

– Nós ainda enganamos um bocado, – Skye respondeu com um sorriso. – Mas para ter certeza de que ela realmente entendeu, começamos com alguns dos contos de fadas. Como todas as garotinhas… Disney parece ser a sua favorita.

Michael aproximou-se de Aurora e agachou-se atrГЎs dela para poder olhar por cima do seu ombro para o livro. Ele sorriu suavemente uma vez que ele percebeu exatamente qual livro ela estava a ler.

– Peter Pan. Esse sempre foi um dos meus favoritos, – ele disse gentilmente, entendendo que era provavelmente do rapazinho de quem ela sentia pena.

Aurora sorriu para ele e colocou um beijo na bochecha dele, – Obrigado por nos deixar vir aqui e ler os seus livros.

Michael estava prestes a responder quando o rosto de Kane estava de repente a olhar por cima do outro ombro dela. Ele olhou para a loira e quis saber o que ele achava que estava a fazer.

– Essa é a cópia que eu comprei para você em Londres? – Kane perguntou com uma inclinação da cabeça.

– Sim, é, – respondeu Michael. – Agora, por favor, pare de se inclinar assim sobre ela.

– Oh, está tudo bem… Não me importo, – disse Aurora. – Eu ainda lhe devo por o ter mandado pelas escadas abaixo.

Skye franziu a sobrancelha por ainda nГЈo ter ouvido essa histГіria e se inclinou de volta em suas mГЈos tentando imaginar a Aurora a enfrentar o Deus do Sol loiro que era poderoso o suficiente para abrir portais no reino dos demГіnios.

– Não se preocupe com esse amor, – Kane a informou galantemente. – Michael vai eventualmente perceber que eu estou a fazer um completo incómodo de propósito e a ameaçar me matar enquanto me persegue pela casa com uma de suas espadas.

As palavras mal tinham saГ­do da boca de Kane quando a ponta de tal espada apareceu sob o queixo de Kane. Ele arqueou uma sobrancelha e lentamente levantou-se, olhando para o Michael enquanto ele fazia isso. Os dois irmГЈos olharam um para o outro por um momento antes de Kane de repente esmagar a espada de lado e correr como o inferno pela porta da biblioteca.

– Volta aqui! – Michael gritou.

– NÃO! Kane gritou de volta. – Tu vais magoar-me e eu magoo-me facilmente.

Aurora e Skye permaneceram na biblioteca ouvindo os sons de batidas antes dos sons subirem as escadas e mais barulho começou. Os Fallen olharam um para o outro antes deles desatarem a rir.

– Aqueles dois são mais engraçados do que eu pensava, – Skye admitiu. Ele não sabia o que esperar quando eles apareceram pela primeira vez. – Escolhe o próximo livro, – ele disse acenando para a pilha.

Aurora olhou para eles e finalmente escolheu um que tinha um castelo na capa. Por curiosidade, ela começou a folhear as páginas em busca de fotos. Ela franziu o sobrolho e rapidamente fechou o livro, assobiando quando sofreu um corte de papel devido à rapidez dos seus movimentos.

– Ai, – ela franziu o sobrolho lembrando-se de ter sido cortada pelas lâminas afiadas da relva onde brincava quando criança. Sempre a surpreendeu como uma fatia tão pequenina podia picar tanto.

Skye sorriu observando o seu olhar para o seu dedo ferido. – Sabes, as imagens que vês na tua mente são muito melhores do que qualquer coisa que encontres desenhada nas páginas de qualquer maneira.

LГЎ em cima, Kane viu-se preso Г  parede no jogo que ele e o Michael estavam a jogar. Ele adivinhou que estava enganado em pensar que Michael estava a ter problemas porque ele parecia tГЈo divertido quanto normalmente era.

– Tu magoas-te com facilidade hum? – Gozou o Michael.

– Eu ainda posso chutar o teu traseiro para a próxima semana, – Kane disse maliciosamente.

Michael sorriu e soltou o Kane, deixando-o cair no chão. Eles olharam um para o outro, Kane do chão e Michael lentamente a pousar sobre os seus pés. Eles começaram-se a rir porque nenhum deles tinha percebido que Michael estava realmente a segurar Kane fora do chão.

Kane estava prestes a se levantar quando um cheiro tentador chegou até ele. Ele franziu o sobrolho quando notou que a cor obsidiana de repente oprimia a ametista dos olhos de Michael. Ele observou com um mórbido fascínio enquanto Michael inalou profundamente e olhou por cima do ombro em direcção à escada.

Michael engoliu quando sentiu o cheiro do sangue de Aurora. Era uma pequena quantidade, mas ainda o suficiente para mandar o seu desejo momentaneamente esquecido de se vingar. Com o prГіximo batimento cardГ­aco, Michael seguiu pelo corredor e desapareceu da vista de Kane.

Toda a diversГЈo desapareceu de Kane e o humor desapareceu do rosto dele. A Гєnica vez que ele encontrou uns olhos tГЈo escuros como aqueles ele deveria estar a olhar para o rosto de um demГіnio.

– Bem… isso não pode ser bom, – ele apontou para o corredor vazio.

Rapidamente, Kane estava de pГ© e seguindo Michael descendo as escadas. NГЈo foi preciso ser um cientista de foguete para saber o que era aquele doce cheiro e de onde ele vinha. Ele entrou na biblioteca mesmo a tempo de ver Michael se ajoelhar num borrГЈo ao lado de Aurora e pegar a mГЈo dela na dele.

Aurora vacilou quando Michael de repente apareceu ao lado dela e segurou a mão dela. A acção quebrou a concentração dela e da Skye e ela quis saber o que ele estava fazendo até que ele levantou a mão dela para inspecionar o pequeno corte que ela tinha recebido da página fina do livro. Uma única gota de sangue vermelho brilhante tinha brotado e ela franziu o sobrolho perguntando se ele simplesmente não queria que ela pegasse no livro dele.

Olhando para os olhos dele, ela ficou assustada ao encontrar apenas pequenas manchas de ametista brilhante espalhadas dentro de um mar de escuridão. – Michael? Ela sussurrou sabendo que algo estava errado com ele.

Todo o movimento parou enquanto o Michael lentamente trouxe o dedo ferido para os lábios dele e beijou a ferida. Incapaz de resistir à tentação, ele puxou a ponta do dedo dela na boca dele e a chupou sensualmente. Ele queria mais do sabor dela e deixou a borda da presa dele gentilmente deslizar através do corte.

Aurora suspirou quando o calor começou a subir em espiral pelo núcleo e pela piscina entre as suas pernas. A sensação da língua dele esfregando eroticamente contra o dedo dela fez com que ela chorasse suavemente e ela mordeu o lábio quando os dentes afiados dele raspavam a ferida, picando e acalmando ao mesmo tempo.

Skye permaneceu encostado ás suas mãos, também observando o Deus do Sol com uma atenção arrebatada. A conexão entre ele e Aurora não tinha sido completamente quebrada e ele estava inadvertidamente desviando um pouco do que ela estava sentindo… e foi incrível. Ele tentou esconder o facto de que a sua respiração se tinha acelerado com respirações superficiais.

Michael fechou os olhos e saboreou a pequena onda de poder até que se transformou num desejo avassalador de drenar demónio após demónio. Notando o silêncio ensurdecedor, ele olhou para cima para encontrar Kane observando-o de perto da entrada da biblioteca. Ele amaldiçoou-o interiormente sabendo que tinha acabado de dar a sua fraqueza para o seu irmão muito observador.

Kane sabia com certeza que Michael não estava no seu perfeito juízo, mas isso estava lá fora. No momento em que os seus olhos se encontraram, Kane pode ver a fome de Michael como se fosse algo tangível… contagioso e viciante. O seu irmão tinha recentemente esvaziado muito mais do que apenas um demónio e tinha mentido sobre isso.

A sua mente procurou respostas e de repente fez sentido porque Michael estava a beber sangue de demónio. Se apenas algumas gotas de sangue Fallen pudessem causar esse tipo de reacção… então ser capaz de deixar cair toda a contenção e drenar completamente a semente de um Fallen seria o equivalente ao chocolate preto.

Kane desviou o seu olhar para a Aurora vendo a cor alta se espalhar pelas suas bochechas e a forma como a sua respiração tinha ficado instável. Ela estava a ficar excitada com os lábios de Michael, não compreendendo que se ele perdesse a sua contenção, as coisas poderiam tornar-se muito perigosas para ela. Ela era uma inocente em tudo isso, apesar de ter inadvertidamente causado a estranha adição de Michael.

– Mais uma prova de que o amor é cego, pensou Kane para si mesmo.

O chão vibrou através das botas de Kane, mas ele pagou-lhe sem problema até que ele viu um dos livros a começar a tremer fora do seu lugar na prateleira. Olhando ao redor da sala, ele notou mais do que alguns dos volumes a tremer no lugar. Kane levantou a mão para empurrar o livro mais próximo dele de volta para dentro quando viu a lâmpada na mesa perto de Michael começar a deslizar através da superfície polida em direcção à borda.

– Michael, – o sussurro suave de Kane soava alto no silêncio da sala.

Michael podia ouvir o aviso na voz de Kane e ele vacilou percebendo o que estava a fazer. Afastando-se da lesão da Aurora, ele deu um beijo suave na ponta do dedo dela antes de a soltar e forçando-se a se afastar calmamente.

– Você deve ter cuidado, às vezes as páginas desses livros antigos são afiadas, – ele sorriu, distraindo-a do que tinha acabado de fazer.

Aurora lentamente puxou a mГЈo para trГЎs e fechou-a, ainda sentindo o calor dos lГЎbios de Michael na pele dela. Ela trouxe a mГЈo para o seu peito e protegeu o sentimento maravilhoso com a outra mГЈo antes de acenar para Michael com os olhos brilhantes.

– Eu prometo ter cuidado, – Aurora disse timidamente e Skye acenou com a cabeça. Nenhum deles tinha notado as vibrações no quarto porque a atenção deles estava voltada para o beijo sedutor de Michael.

Para alívio de Kane, as vibrações de luz pararam imediatamente e a lâmpada parou de deslizar a menos de alguns centímetros da borda.

– Aurora, Skye, vamos deixá-los na leitura enquanto vamos explorar a área em busca de qualquer coisa que possa representar um perigo para os humanos, – Kane sugeriu, rezando para que Michael pegasse a dica e viesse com ele. – Além disso, se ficarmos aqui, seremos apenas uma distracção.

– Eu diria. – Os olhos de Skye abriram-se percebendo que ele tinha acabado de dizer isso em voz alta. Ele sorriu quando Aurora se riu dele.

Michael estava amaldiçoando-se interiormente e decidiu que Kane estava certo.... sair da sala foi a melhor ideia para o momento. O que ele não desejava era o fato de que Kane iria segui-lo e essa era a última coisa que ele precisava agora.

Voltando para Kane, Michael sorriu e acrescentou, – Você pode ficar com o leste enquanto eu procuro no lado oeste da área.

Ele perseguiu o seu irmão que pretendia fazer exactamente o que ele acabou de dizer e esperou que os demónios fossem estúpidos o suficiente para estarem por perto. Ele chegou até o alpendre antes que o irmão o apanhasse e o agarrasse pelo braço que o empurrava.

– O que foi isso? Kane pediu com um assobio baixo. – Foi apenas um pequeno ferimento, não valeu a pena esse tipo de atenção.

– Ela estava a sangrar, – Michael rosnou como se isso fosse resposta suficiente… não era e ambos sabiam disso.

Kane realmente olhou para ele, – Sangrava… – ele balançou a cabeça. – Não vai ser assim, Michael. Estás a agir cada vez mais como um viciado à procura da próxima dose e é no sangue dela que estás viciado. – Kane fixou o olhar dele agora que ele tinha percebido. – É por isso que tu estás a sangrar demónios secos. O sangue deles está-te a fazer alguma coisa, – ele acusou.

O rosto de Michael contorceu-se com raiva e ele virou Kane sem saber que os seus olhos agora eram negros. – Tu matas demónios à tua maneira e deixas-me matá-los à minha maneira. Todos estão a matar demónios ou ainda não ouviste falar da maldita guerra que começaste. Pára de tomar conta de mim. No caso de te teres esquecido, eu posso cuidar de mim… Fiz muito bem enquanto estavas no chão e nada mudou.

Os olhos de Kane se estreitaram, mas ele nГЈo disse nada enquanto Michael se afastava dele e saГ­a da varanda. Ele podia ignorar os insultos, mas o que ele nГЈo podia ignorar era a escuridГЈo dos olhos do irmГЈo. Esse era o Michael Dean que estava tentando avisГЎ-lo sobre isso.

Scrappy sentou ao lado dos pГ©s de Kane e chorou baixo antes de olhar para o homem loiro.

Kane olhou para o cãozinho e suspirou cansado. – Eu sei, eu sei… sigam o irmão e espiem-no. Tu e Syn devem ter uma ligação mental que eu não conheço.

Ele não queria deixar Aurora e Skye sozinhos, mas ele achou que eles ficariam bem, já que a casa estava tão vigiada e felizmente parecia que o Michael tinha-se esquecido completamente deles… pelo menos por enquanto. Decidindo que ele tinha dado ao Michael um bom começo de vida, ele localizou o irmão usando o sangue que ele tinha dado ao Michael há alguns dias atrás como um localizador.

Não demorou muito para Kane se recuperar, mas quando o fez ele observou discretamente à distância. O que Michael estava a fazer era errado… bem.... não a parte de matar demónios, mas a forma como ele estava a fazer as coisas. Ele estava a usar o sangue deles como uma droga e, como com qualquer outra droga, você pesou os efeitos secundários para ver se valia a pena tomar a pílula. Até agora, os efeitos colaterais não pareciam tão bons.

Kane abaixou-se no ápice de um telhado inclinado e olhou para Michael que tinha diminuído o seu ritmo para um passo pensativo na rua vazia. Ele sentiu uma presença poderosa atrás dele e levantou-se com um suspiro.

– Será que eu preciso interferir?

Kane balançou a cabeça, – Não pai, eu tenho tudo sob controle.

Um riso suave reverberou à sua volta, – Tu simplesmente não queres ver Michael ser morto de novo, pois não?

– Nem por isso, – Kane suspirou e olhou por cima do ombro dele. – Eu devo isso ao Michael.

– Às vezes, acordar da morte coloca as coisas em perspectiva, – Syn pensou, mas ele não iria tirar esse sentimento de redenção a Kane a menos que fosse necessário.

– Nós já tentamos isso duas vezes, – Kane sentiu a necessidade de apontar. – Diz à mãe que eu disse olá.

Syn acenou com a cabeça e desapareceu, deixando Kane sozinho no telhado. Voltando para Michael, ele viu o seu irmão a caminhar até o alpendre de uma velha casa degradada ao lado dos carris da ferrovia. Kane inclinou a cabeça para o lado pensando no que Michael estava a fazer.




CapГ­tulo 5


Michael estava no modo predador, contornando vários demónios de baixo nível que não lhe despertaram o interesse quando, de repente, abrandou o seu ritmo perto de uma casa velha. Lá … ele sentiu isso … um demónio com uma quantidade razoável de poder estava a espreitar em algum lugar do interior entre o fedor de cadáveres a apodrecer.

Um sorriso malvado surgiu no seu rosto. Michael aproximou-se da porta da frente e bateu educadamente.

Um homem idoso que usava uma camisa manchada e umas calças de ganga desgastadas abriu a porta até onde a corrente da lingueta permitia. Ele olhou o homem bem vestido de cima a baixo. – O que quer que você esteja vendendo, eu não estou a comprar", ele arrastou e trouxe uma garrafa de licor barato para os lábios com a intenção de cuspir na cara do vendedor.

De repente, Michael bateu na porta com a palma da mão, quebrando a corrente e alcançou o demónio disfarçado. Num movimento fluido, ele o sacudiu pela porta, atirando-o para o jardim da frente como uma boneca de trapos.

Kane franziu a sobrancelha quando o velhote, olhando cada pedaço de sua carroça de 80 e poucos anos, atravessou a grama e bateu contra o tronco de uma árvore. Quando ele caiu no chão como qualquer cidadão mais velho teria feito, Kane começou a levantar-se pensando que talvez Michael tivesse perdido a cabeça ou cometido um erro horrível.

Ele lentamente baixou de volta para um agachamento quando os braços e pernas do corpo o lembraram de um contorcionista como ossos quebrados se endireitaram e voltaram ao lugar. A personalidade do velho homem literalmente derreteu, revelando algo que parecia quase como um morcego de tamanho humano, menos as asas.

– Vamos fazer isso aqui mesmo em público, – Kane respirou sabendo que Michael era normalmente muito mais discreto do que isso quando lutava contra os demónios.

A criatura parecia ser feita de couro usado, a sua pele esticada sobre um corpo duro mostrando uma estrutura muscular fina mas definida. O tronco parecia quase largo demais para que as suas pernas o segurassem erguido e os seus dedos das mãos e dos pés ostentavam longas garras pretas. A sua cabeça era a pior, sem pêlos com duas orelhas pontiagudas e o que parecia ser um focinho de porco acima de duas filas minúsculas de dentes afiados.

– Grande merda batman, – Kane sussurrou e quase riu de seu próprio humor. Sim, era uma piada velha e pirosa, mas ele não se importou… esse foi o momento perfeito para usá-la.

Michael arqueou uma sobrancelha quando o demГіnio saltou para ele, empurrando-o de volta contra a parede frontal da casa com um osso tremendo. O tijolo se desmoronou ao redor deles e Michael sorriu em seu rosto assobiando.

– Você é apenas o lanche que eu estava procurando, – Michael disse e deixou o sorriso aumentar para que o demónio pudesse ver suas presas alongadas.

– Vamos ver quem come quem vampiro, – a voz do demónio estava cheia de vaidade.

Agarrando o demónio pelo pescoço, Michael rolou contra a parede, mas teve que soltá-lo rapidamente quando a boca do demónio abriu e o líquido começou a pingar na manga do casaco dele. O líquido queimou através do material como ácido, fazendo Michael descartar apressadamente. Ele pôs o casaco de lado e observou, fascinado quando o ácido comeu enormes buracos no material grosso.

Michael enviou o seu olhar de volta para o seu oponente e rosnou sabendo que é exatamente o que o demónio tinha sido até quando ele começou a cuspir no seu rosto.

O demónio riu-se e de repente veio até ele, desta vez deslizando as suas garras afiadas pelo ar. Michael encolheu-se quando eles o pegaram no braço e ele podia sentir uma queimadura intensa onde eles fizeram contacto. Agarrando o demónio, eles desceram os degraus e voltaram para a relva enquanto rolavam, ambos tentando ganhar o domínio.

O ácido do demónio estava-lhe a comer a pele, mas ele estava a sarar tão depressa quanto as feridas podiam começar. Michael deixou-se desfrutar da dor e do facto de que escolher os demónios mais poderosos era definitivamente uma experiência de aprendizagem e um inferno muito mais divertido do que as mortes rápidas.

Michael pegou o demónio por ambos os pulsos num aperto firme e torcido até ter o osso estilhaçado e amassado entre os dedos. A cabeça do demónio partiu para frente com a intenção de morder, mas Michael bateu em cheio, agarrando a cabeça e afundando os dentes no pescoço do demónio. O demónio gritou e tentou arranhá-lo com as mãos quebradas fazendo muito pouco dano.

Ele não teve tempo de drenar completamente o demónio quando em algum lugar abaixo do tom do grito ele ouviu um choro suave de trás dele e sacudiu a sua cabeça para trás para olhar para a fonte do som. Os olhos pretos de Michael se alargaram e uma parte da ametista ressurgiu dentro deles quando ele viu um rapaz de pé debaixo de uma lâmpada de rua segurando uma bola de futebol e usando um uniforme desportivo.

Michael relaxou o seu controlo sobre o demónio quando reparou que era para ele que o rapaz estava a olhar horrorizado… e não para o monstro deformado nas suas garras.

Kane subiu rapidamente aos seus pés a olhar para o demónio que tinha voltado ao seu disfarce humano e estava agora a rastejar pela relva. – Nem penses nisso feio, – ele assobiou suavemente esperando que o demónio o ouvisse.

O rapaz não poderia ter mais de dez anos de idade e como esse era um bairro bastante seguro pelos padrões humanos, ele provavelmente estava a caminho de casa de um amigo. Ele lamentou o facto de os humanos não estarem cientes da população demoníaca. Se estivessem, então eles saberiam que deveriam cuidar melhor dos seus filhos até tão tarde da noite.

Um rugido selvagem irrompeu da garganta de Kane quando o demónio correu em direção à criança, obviamente decidindo que o menino seria um bom refém para colocar entre ele e o vampiro com quem ele estava a perder a luta também. Kane moveu-se no exacto momento em que Michael o fez. Ele traçou a partir do telhado atingindo a calçada e pegou a criança assim como Michael pegou o demónio no chão e empurrou o seu rosto feio para o chão.

– Eu não acho, – Michael não conseguia controlar a sua raiva… foi uma das razões pelas quais ele desprezava os demónios. A necessidade deles de atacar crianças era repugnante para ele e aqueles que tinham tirado a vida de inocentes mereciam a morte mais dolorosa possível.

A sua fúria só alimentou a sua fome de sangue e Michael escondeu as suas presas num sorriso primário antes de as afundar na parte de trás do pescoço do demónio. Ele rosnou de satisfação quando eles realmente arranharam o osso da sua medula espinhal.

O demónio bateu no chão, o ácido gotejando das suas garras numa tentativa vã de fugir. Eles fizeram sulcos profundos na calçada, acompanhados pelo ruído de assobio associado com a substância corrosiva.

– Shhhh, está tudo bem. Eu te peguei, – Kane murmurou suavemente e pressionou o rosto do rapaz assustado contra o arco do pescoço dele para ele não ver mais do que já tinha visto. Apenas os sons que o demónio estava a fazer eram provavelmente suficientes para dar pesadelos a um homem adulto… não há necessidade de adicionar um visual.

Ele queria ter certeza de que Michael tinha tudo sob controle antes de sair com o rapaz, mas foi quando o chão começou a tremer, fazendo com que algumas janelas se partissem e as lâmpadas das ruas explodissem. Os alarmes do carro começaram a tocar e a buzinar e algumas das casas tremeram nas suas fundações.




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